logo Agência Brasil
Política

Temer queria vetar lei sancionada por Maia que flexibiliza LRF

Planalto divulgou informação hoje (19) em nota
Karine Melo e Heloísa Cristaldo - Repórteres da Agência Brasil*
Publicado em 19/12/2018 - 13:47
Brasília
Palácio do Planalto
© Anderson Riedel/PR

O Palácio do Planalto explicou hoje (19) que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi o responsável por sancionar a norma que flexibiliza a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), publicada em edição extra do Diário Oficial da União com data de ontem (18). Maia sancionou a norma enquanto Temer estava em viagem ao Uruguai para a reunião da Cúpula do Mercosul. A data limite para sanção era dia 28 deste mês.

Considerada uma das pautas-bomba aprovada pelo Congresso nas últimas semanas, a medida permite que municípios últrapassem o limite de gastos com pessoal, sem que haja punição em casos de queda na receita.

Em nota, o Planalto esclarece que o presidente Michel Temer pretendia vetar a matéria. “As áreas técnicas do governo, ministérios da Fazenda e Planejamento, defendiam o veto da matéria – que poderia ser decidido até o dia 28 de dezembro. E a intenção do presidente Temer era seguir essa orientação, como é de sua praxe.”

A LRF define o limite das despesas dos municípios com pessoal de 60% da receita corrente líquida, arrecadada com tributos, descontados os repasses determinados pela Constituição.

Antes da sanção da lei, o município que ultrapassasse o limite tinha até oito meses para se adequar. Caso contrário, poderiam ficar sem receber transferências voluntárias e não contratar operações de crédito, salvo as que fossem para reduzir despesas de pessoal ou refinanciar a dívida.

A nova norma permite que os municípios com queda de receita superior a 10% não sofram restrições se ultrapassarem o limite de gastos.

A proposta define que a queda deverá ter sido provocada pela redução do repasse do Fundo de Participação dos Municípios ou pela diminuição de receita com royalties e participações especiais.

Rodrigo Maia

No fim do dia, Rodrigo Maia defendeu a decisão tomada, argumentando que se embasou em uma nota elaborada por técnicos da Câmara dos Deputados. "Eu tenho certeza que está correta", disse.

Maia citou ainda nota divulgada, também no fim da tarde, pela Presidência da República que aponta que ele sancionou a norma seguindo a nota técnica. “O presidente Rodrigo Maia exerce na sua plenitude a substituição presidencial e, ao sancionar o projeto, levou em conta a nota técnica da Câmara dos Deputados, revelando que apenas fazia ajuste do disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal e não flexibilização do dispositivo”, diz a nota. 

* Texto atualizado às 19h36