Há vinte e quatro anos morria o cineasta, roteirista e escritor Mário Peixoto, produtor e diretor do filme “Limite” considerado como a melhor obra do cinema brasileiro de todos os tempos.
Mário Breves Peixoto era de família rica. Seu pai, o comendador Joaquim José de Souza, era o maior plantador de café do império. Sua mãe era filha de usineiros e traficantes de escravos.
Em 1928, entra para o Chaplin Club, onde eram realizados debates sobre cinema. Seu interesse pela sétima arte o faz acompanhar as filmagens de vários filmes e produzir roteiros.
Em 1929 escreveu o roteiro do Filme Limite e o apresentou a vários diretores da época. Mario Peixoto foi então incentivado a realizar as filmagens.
Limite estréia em 17 de maio de 1931, no cinema Capitólio, no Rio de Janeiro, mas não consegue distribuição comercial.
Um ano depois, Mário inicia a filmagem de Onde a Terra Acaba; uma produção ambiciosa, financiada por Carmen Santos, também era atriz principal do filme; mas devido ao rompimento com a parceira o filme é interrompido.
Entre os vários projetos inacabados, encontram-se títulos como Constância ou Maré Baixa, também chamado Mormaço.
Em 1946, Mário Peixoto, novamente com Carmen Santos pensa em voltar a filmar Onde a Terra Acaba. Mais uma vez o projeto não foi em frente.
Depois de várias tentativas malsucedidas, Mário vai morar, em 1966, em um sítio que havia herdado do pai.
Por problemas financeiros é forçado a vender a propriedade e volta a morar no Rio de Janeiro, em Copacabana, em um apartamento também recebido em herança.
Em 1988, o filme Limite é escolhido, em pesquisa promovida pela Cinemateca Brasileira, como o melhor filme brasileiro de todos os tempos.
Em 1991, com a situação econômica precária, adoece, mas é apoiado nesta fase difícil pelo cineasta Walter Salles. Mário Peixoto morre em fevereiro de 1992 e é enterrado no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.
Em 1995, no ano do centenário do cinema, Limite novamente é considerado o melhor filme brasileiro de todos os tempos segundo enquete realizada entre críticos e cineastas promovida pelo jornal Folha de São Paulo.
Em 1996, Walter Salles funda o Arquivo Mário Peixoto, em sua empresa Videofilmes, no Rio de Janeiro, onde são encontrados os objetos e manuscritos originais de Mário Peixoto.
História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. É publicado de segunda a sexta-feira.