De 1932 a 2018: grandeza do espetáculo das escolas de samba do Rio faz com que elas se reinventem
Para um sambista de raiz, 1932 não foi um ano qualquer. Assim também foi 1960 e ainda 1984. E ha quem aposte que 2018 também veio para ocupar seu lugar entre os marcos históricos do carnaval do Rio de Janeiro.
Afinal de contas, é inegável que as escolas de samba estão tendo que reinventar seus desfiles depois de fazê-los crescer para caber na alcunha de maior espetáculo da Terra.
Para o coordenador do Centro de Referência do Carnaval, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Felipe Ferreira, não houve só um esgotamento de recursos, mas também da fórmula estética. A sorte é que as escolas são especialistas em adaptação.
Sonora: “São tantos carros, número definido de alegorias, número máximo de pessoas, número mínimo de pessoas… Vão desfilar em tanto tempo. Todas essas questões foram muito boas durante muito tempo pra organização, mas hoje estão virando uma espécie de uma camisa de força. Então, elas estão muito acostumadas a negociar com as camadas populares, com a Secretaria de Turismo, os políticos nacionais, os empresários. As escolas de samba não têm essa pureza que a gente imagina. Elas são o que a cultura popular é. Um espaço que negocia com as diversas camadas da sociedade.”
Ele explica que as escolas evoluíram a partir dos grupos de samba, nascidos na década de 20, logo depois do surgimento do próprio ritmo. Os desfiles eram quase um híbrido das manifestações que dominavam o carnaval de rua até então. Os cordões, mais espontâneos, e os ranchos, mais sofisticados.
Logo, atraíram a atenção da imprensa e da intelectualidade. E com seu incentivo, o primeiro desfile competitivo ocorreu logo em 1932, consagrando como campeã a recém-criada Estação Primeira de Mangueira.
Os desfiles só deixaram de ser um produto exclusivo do morro em 1960, com a primeira participação de Fernando Pamplona como carnavalesco do Salgueiro, o que inaugurou a era dos profissionais de belas-artes no carnaval.
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