Parte do Museu Nacional pode passar a receber novamente o público em 2022. O anúncio foi feito pela direção da Instituição e reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira na Academia Brasileira de Ciências. No encontro com os jornalistas, que marca um ano do incêndio, também foram apresentados novos itens históricos recuperados dos escombros.
A reitora da UFRJ Denise Pires de Carvalho disse que com o avançar dos trabalhos de recuperação e parcerias estabelecidas já é possível vislumbrar essa reabertura parcial.
Foi anunciada também a construção de novos laboratórios e um centro educacional em um terreno que acaba de ser doado pela União, próximo à Quinta da Boa Vista. As obras serão arcadas com os 43 milhões de reais garantidos por uma emenda conquistada pela bancada de deputados federais do Rio de Janeiro.
Foi apresentado também o balanço de outras doações recebidas por emendas individuais de deputados, pessoas jurídicas, físicas e dos governos da Alemanha e da Inglaterra, recursos que foram gastos no trabalho emergencial de recuperação/Atualmente, o museu conta, no total, com 68 milhões de reais que vão ser destinados também para o projeto executivo de recuperação da fachada e do telhado do prédio histórico, recursos obtidos junto ao Ministério da Educação, BNDES e por meio da emenda da bancada. Os trabalhos contam também com a cooperação da Unesco, que gerencia parte desses recursos.
O diretor da instituição, Alexander Kellner, agradeceu os apoios recebidos e reforçou que o Brasil precisa demonstrar que aprendeu com a tragédia inclusive para merecer as doações de acervo que estão vindo de outros países.
A paleontóloga do Museu, Luciana Carvalho, vice-coordenadora do Núcleo de Resgaste, apresentou um balanço do trabalho de recuperação.Dezessete coleções do Museu, que representam 46% do acervo, foram perdidas ou restaram muito pouco delas.// Sete coleções que estavam em outro prédio não tiveram os itens atingidos.// Ela explicou que os pesquisadores ainda trabalham na retirada de materiais, para, posteriormente passarem para a fase final de inventário do acervo recuperado.
No próximo final de semana, o Museu vai realizar um festival aberto à população na Quinta da Boa Vista. Estão previstas também reuniões com os deputados fluminenses para apresentar os trabalhos já feitos e com empresas interessadas em apoiar o Museu, com o objetivo de elaborar um protocolo de intenções. Na segunda-feira, dia 2, data na qual o incêndio completa um ano, o Museu abre a exposição Santo Antônio de Sá: a Primeira Vila do Recôncavo da Guanabara, com itens do acervo, no Centro Cultural da Caixa, no centro da cidade.