Devotos de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, aproveitaram o feriado municipal desta segunda-feira para renovar a fé.
A Basílica na Tijuca, zona norte carioca, ficou pequena para abrigar tantos fiéis, que desde as primeiras horas do dia participaram da alvorada, marcada por fogos de artifício, antes da primeira missa. Ritual tradicional, a alvorada anuncia o dia de reverência ao santo.
À frente das celebrações, o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, falou de seus desejos para os cariocas, neste dia do padroeiro.
“Primeiro que o carioca, como São Sebastião, nunca desanime com as flechadas que leva. E procurar sempre na sua vida se levantar e continuar firme, além de paz, fraternidade, questões sociais, habitação, educação, saúde, tantas questões… queremos pedir também a São Sebastião firmeza para sermos transmissores de arautos de paz e progresso nessa cidade”.
E até mesmo o samba se rendeu à devoção a São Sebastião. Este ano, o santo é enredo da escola de samba Paraíso do Tuiuti, que desfila no domingo de carnaval, entre as grandes agremiações, no sambódromo. O engenheiro e ritmista da escola, Leonardo Areias, fala da expectativa para o desfile deste ano.
“Envolve muita emoção, proteção, é como se o santo estivesse ali protegendo a gente na hora do desfile”.
O dia 20 de janeiro é todo dedicado às celebrações, sendo a mais tradicional delas a procissão com a imagem do santo, que sai da Basílica em direção à Catedral de São Sebastião, percorrendo o centro do Rio. Muitos fiéis seguem o cortejo vestidos de vermelho em homenagem ao padroeiro, como o administrador André Luiz Costa, que frequenta a paróquia desde o final dos anos 90.
“Quando eu comecei a namorar a minha esposa, a minha sobra sempre frequentou aqui o Capuchinhos, e sempre vinha às missas. Então há 21 anos que eu comecei a vir todo dia 20. Então eu tenho uma fé muito grande, isso faz com que a gente esteja sempre aqui, acompanhando a missa, participando”.
São Sebastião foi um soldado romano martirizado por professar e não renegar a fé em Cristo. Em uma das vezes, a qual teria sobrevivido ao martírio, seus algozes o atingiram a flechadas, por isso a imagem reproduz as flechas usadas contra o soldado. O santo é sincretizado com Oxóssi nas religiões de matriz africana. O orixá, considerado o rei das matas, das caças e da fartura, também possui a flecha como um de seus símbolos.