O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro liberou a consulta online de 1.360 documentos que contam as histórias de luta de homens e mulheres escravizados no Brasil. O lançamento faz parte das atividades pelo Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado neste sábado.
De acordo com especialistas, mais de quatro milhões de pessoas escravizadas foram traficadas da África para o Brasil. Só no Rio de Janeiro, foram cerca de dois milhões.
O estado chegou a ter 46% de sua população composta por pessoas escravizadas. Entre eles, o líder quilombola Manoel Congo, que se manteve à frente de atos de luta e resistência, como a ação que aconteceu em 1838, na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Paty do Alferes, na vila de Vassouras, no estado do Rio.
O movimento, que marcou a história, começou após o feitor de uma fazenda matar um escravo. Manoel Congo foi condenado à morte e executado na forca.
Outra peça de destaque no Arquivo histórico é o de Joana: mesmo de posse de sua carta de alforria, obtida com indenização de 320 mil réis, solicitou mandado de manutenção da liberdade. Os documentos mostram que ela fez o pedido à justiça a fim de assegurar seus direitos contra qualquer ameaça de ser novamente escravizada.
Todos esses processos e outros já estão digitalizados e podem ser acessados no terminal de consulta localizado portal do Museu da Justiça, na Internet.