Da máquina de escrever, saía amor à liberdade e à democracia. O escritor Sérgio Porto, que completaria 100 anos nesta quarta, inventou Stanislaw Ponte Preta. Com humor, ele atacou a ditadura militar a partir de 1964. A professora Cláudia Mesquita, explica que ele combateu de forma sagaz a opressão
Ele foi autor de 14 livros. Entre eles, o Fepeapá, o Festival de Besteiras que Assola o País, com crônicas apimentadas de críticas. Para a professora, obras que se mantêm bem atuais.
A ditadura, aliás, foi um divisor de águas. De cronista do cotidiano a combatente com as palavras.
Segundo a filha mais velha dele, a jornalista Gisela Porto, hoje com 70 anos, ele tinha medo de ser preso.
Mas sempre sem perder a ternura. De acordo com outra filha, a historiadora Ângela Porto, era um pai amoroso em casa e que dividia os pensamentos com a família.
Para ela, o legado dele atravessa o tempo.
Atual e atemporal. Sérgio Porto foi jornalista, radialista, teatrólogo e compositor. A criação de Stanislaw Ponte Preta foi inspirada no personagem Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade, depois de ser convidado para assinar uma coluna social. Ele topou com uma condição: liberdade para falar sobre tudo. Stanislaw assinou 10 dos livros de Sérgio Porto. Ele morreu em 1968, com apenas 45 anos, vítima de um infarto. Mas tudo o que produziu se mantém vivo na memória em livros, jornais e pensamentos sarcásticos de realidade.
Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil
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