“Dia da Falsa Abolição”... é o que marca este 13 de maio, segundo o movimento negro brasileiro. E para lembrar a data, acontece em São Paulo três eventos que questionam o Dia da Abolição da Escravatura, assinado em 1888, como Decreto da Lei Áurea, pela princesa Isabel, no então Brasil Imperial.
A data foi comemorada por muitas décadas, mas desde de 1980, o 13 de maio é considerado pelo movimento negro como um dia nacional de luta contra o racismo, para chamar atenção da sociedade de que a abolição oficial da escravidão não garantiu condições reais de participação na sociedade para a população negra no Brasil.
Pela manhã, a organização Uneafro Brasil realiza um evento especial no vão do prédio de história da USP, a Universidade de São Paulo em alusão ao 13 de maio, intitulado "Dia da Falsa Abolição", que é como o movimento negro denomina a data.
Mais de mil alunos da universidade vão participar de uma aula especial, além de palestras sobre o 13 de maio, racismo e o movimento negro. O evento terá ainda shows, sarau e entrega de prêmios.
Agora pela manhã, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, faz a Primeira Caminhada Educativa "Chão dos Nossos Ancestrais", com um roteiro que segue por pontos históricos negros no centro da capital paulista.
O evento quer evitar o apagamento da memória histórica negra, como o local onde funcionou a primeira escola de samba, a igreja que acolheu os perseguidos pelo regime escravista, o local onde eram cumpridas penas de morte contra negros escravizados, e muitos outros.
E no fim da tarde, o Bloco Afro Ilú Obá De Min faz seu tradicional manifesto contra a falsa abolição, com a lavagem da Rua 13 de maio. A concentração começa às cinco da tarde, na escadaria do Bixiga, e depois, às 18 horas, saída em cortejo pela rua 13 de Maio.