Rosa Weber entrega Constituição Federal traduzida para Nheengatu
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, entregou nesta sexta-feira à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, a versão da Constituição Federal em Nheengatu, principal língua falada pelos povos indígenas da Amazônia.
A Constituição de 1988 já recebeu versões em espanhol e em inglês, mas só agora a carta magna do país ganha tradução para um idioma dos seus povos originários.
A primeira apresentação da versão em Nheengatu foi lançada pela ministra no mês passado em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, município com o maior número de indígenas do Brasil.
Rosa Weber destacou que a tradução foi possível graças ao trabalho de tradutoras e tradutores indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós e ao apoio institucional da Academia de Língua Nheengatu. O trabalho teve a curadoria do presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucches,i e do professor, doutor em Literatura Comparada, José Ribamar Bessa, estudioso da história das línguas indígenas.
A ministra reforçou que tornar a Constituição cidadã acessível a todos é função do estado na promoção da garantia dos direitos e deveres de toda a população.
O presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, destacou o protagonismo dos indígenas no trabalho de tradução.
A ministra Rosa Weber também assinou um acordo de cooperação entre a Biblioteca Nacional e o Conselho Nacional de Justiça, que inclui o intercâmbio de informações, documentos e apoio técnico-institucional, além de assistência técnica e ciclo de palestras.
Essa foi a primeira visita de um chefe do Poder Judiciário à Biblioteca em um século. A última foi em 1923, quando Hermínio Francisco do Espírito Santo esteve na instituição durante o velório do jurista, jornalista e político Rui Barbosa, um dos responsáveis pela elaboração da Constituição de 1891.