Devotos de São Sebastião aproveitam feriado no Rio para renovar fé
Devotos de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, aproveitaram o feriado municipal desta segunda-feira (20) para renovar a fé. A escolha do santo como padroeiro aconteceu dias antes da sua fundação, em 1565. O motivo foi, ao mesmo tempo, uma demonstração de fé e uma homenagem ao rei menino de Portugal, Dom Sebastião, que nasceu em 20 de janeiro.
“A religião regia a vida das pessoas nesse período, e muito por conta disso conseguimos entender a figura de São Sebastião tida como uma espécie de proteção nessa batalha que existiu entre franceses e portugueses. Por isso, acredita-se que por intercessão de São Sebastião eles teriam conseguido expulsar os franceses e, assim, fundar a cidade do Rio de Janeiro, no dia 1º de março de 1565”, explica o professor de história e mestrando da Fiocruz, Victor Alves.
O dia 20 é marcado por missas, bênçãos e eventos diversos, que misturam tradições religiosas, manifestações culturais e muita música, bem ao estilo carioca. Muitas pessoas se vestem de vermelho em homenagem ao santo. O destaque é a Santa Missa, presidida pelo cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. A celebração terminou com a tradicional procissão, que saiu da Basílica de São Sebastião, na Tijuca, em direção à Catedral Metropolitana, no Centro.
Vários estilos musicais agitaram o feriado na capital fluminense, como uma roda de samba com direito a desfile pelas ruas da Pequena África até a Praça da Harmonia. Também na região central, uma roda de viola caipira agitou o Beco das Sardinhas, um local histórico do Rio de Janeiro, conhecido pela tradição de servir sardinhas fritas e na brasa.
Outra celebração tradicional desta data é a lavagem da escadaria Baden Powell, em Copacabana, com muita água de cheiro. E, pela primeira vez, foi lavada a escadaria AmoRal, também na Princesinha do Mar. Depois da lavagem, baianas, batuqueiros e foliões celebraram com muita animação.
Os ritos de lavagem com ervas e águas de cheiro são feitos por devotos vestidos de branco para representar a purificação e a união de religiões, credos e crenças.
