O número de imigrantes senegaleses supera o de haitianos na Chácara Aliança, em Rio Branco. O local dá assistência a migrantes estrangeiros e funciona desde abril do ano passado na capital acriana.
No início desta semana, cerca de 260 imigrantes estavam no abrigo. Mais da metade do grupo era de senegaleses.
Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, os haitianos diminuíram as viagens pela rota ilegal consolidada nos últimos 5 anos.
Sonora: "Não é que os haitianos estão deixando de vir, é que um grupo grande deles está vindo agora pela rota legal. E está reduzindo o número daqueles que vêm pela rota irregular. E eles já vêm devidamente legalizados, com o visto para entrar no Brasil. Essa é a razão pela qual o número de senegaleses está hoje ultrapassando em torno de 40 a 50 haitianos."
O coordenador do Observatório das Migrações Internacionais no Brasil, Leonardo Cavalcanti, diz que o Acre é apenas a porta de entrada dessas pessoas no país. Na verdade, o que os senegaleses querem mesmo é emprego.
Sonora: "Ainda que eles entrem pela fronteira do Acre, eles solicitam o refúgio e obtém a carteira de trabalho. Eles estão trabalhando no Sul do país, eles não ficam no Acre. E está gerando posto de trabalho. E ainda compensa muito mais estar aqui do que ficar no Senegal pelas condições econômicas do país."
Os senegaleses só não superam os haitianos no número de empregos formais. De acordo com o professor Leonardo Cavalcanti, em primeiro lugar na lista dos imigrantes empregados formalmente no Brasil, estão os haitianos, com 30 mil empregos. Depois vêm os senegaleses, ocupando 10 mil vagas.
Sonora: "A segunda nacionalidade que mais empregou imigrantes no Brasil foi a senegalesa. Ela só está perdendo dos haitianos tanto em 2014 como no primeiro semestre de 2015. A movimentação dos trabalhadores senegaleses formalmente empregados no mercado de trabalho, só perde realmente para a primeira nacionalidade no Brasil, que é a nacionalidade dos haitianos."
A principal rota adotada pelos imigrantes que chegam ilegalmente ao Brasil passa pelo Equador, Peru e Bolívia.
Além de haitianos e senegaleses, estão atualmente no abrigo de Rio Branco gambianos, ganeses e dominicanos. Os homens são maioria no grupo. Também há registros de adolescentes e crianças no local.