PF prende três pessoas em Roraima por tráfico e exploração sexual de venezuelanas
Pelo menos três pessoas foram presas em uma operação da Polícia Federal de combate ao crime de tráfico de pessoas para exploração sexual, em Roraima.
O esquema desarticulado pela polícia tinha raízes na capital Boa Vista e em outras seis cidades do interior. Os envolvidos buscavam obter lucro em cima da vulnerabilidade de migrantes venezuelanas.
Os donos de bares e casas noturnas ofereciam alojamento em quartos de fundos nesses estabelecimentos. Em troca, as mulheres deveriam realizar programas sexuais.
Em alguns casos, as venezuelanas também realizavam programas em outros locais. Ainda assim, elas eram obrigadas a pagar aos donos dos locais onde estavam alojadas.
O delegado Anderson Dias, que coordenou a ação, diz que muitas dessas mulheres recebem os contatos ainda na Venezuela.
“Algumas já recebem contatos ainda na Venezuela. Outras, estão vindo para Roraima até muitas vezes [para] procurar emprego e acabam se prostituindo. Às vezes, até através de uma amiga que é passado essas informações sobre esses locais e a pessoa, em razão da vulnerabilidade econômica resolve se prostituir”, afirmou o policial.
Roraima vive um intenso fluxo migratório de venezuelanos que fogem da crise no país vizinho.
As investigações desse caso duraram cerca de sete meses. Os policiais cumpriram 46 medidas judiciais, entre mandados de condução coercitiva e busca e aprensão. Cerca de 20 estabelecimentos foram vistoriados.
Para o crime de tráfico de pessoas, que pode ser agenciado, aliciar ou acolher pessoa com a finalidade de exploração sexual, a pena prevista é de quatro a oito anos de prisão, além de multa.
Manter casa de prostituição também é crime previsto em lei e a pena é reclusão de dois anos a cinco anos e multa.
O rufianismo, que é tirar proveito da prostituição alheia participando dos lucros, também tem pena de prisão, de um ano a quatro anos e multa.