“A sua luta e o seu ativismo têm poder de fazer mudanças!”
A frase é da paquistanesa Malala que, em sua primeira visita ao Brasil, proferiu uma palestra em São Paulo, na última segunda-feira (9). Além disso, a menina que, em 2012, foi vítima de um atentado do Talebã por insistir em ir à escola – atividade proibida para meninas em seu país -, acabou de anunciar o nome das primeiras ativistas do Brasil que irão integrar a Rede Gulmakai.
Essa rede é uma iniciativa do Fundo Malala, que patrocina homens e mulheres que incentivam ou promovem a educação de meninas em vários países. Aqui, em nosso país, as ativistas são Sylvia Siqueira Campos, presidente do Movimento Infantojuvenil de Reivindicação (Mirim), com sede em Recife; Ana Paula Ferreira de Lima (Bahia), uma das coordenadoras da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí); e Denise Carreira (São Paulo), coordenadora adjunta da Ação Educativa, uma organização fundada em 1994 para “promover os direitos educativos e da juventude, tendo em vista a justiça social, a democracia participativa e o desenvolvimento sustentável no Brasil”.
Mas, cá pra nós, tenho certeza que se Malala tivesse a oportunidade de conhecer Gina Vieira Ponte, a professora mais inspiradora que eu conheço, por certo haveria de financiar igualmente o trabalho de Gina que, depois de ter vivido sua primeira infância acuada pelo racismo, com a autoestima destruída, transformou-se numa leitora ávida e, mais tarde, nessa professora que é fundamental na vida de centenas de alunos da rede pública em Brasília.
É com ela que a gente conversa, dentre outras coisas, sobre Malala, a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz. Merecidamente, não é professora Gina?
Viva Maria: Programete que aborda assuntos ligados aos direitos das mulheres e outros aspectos da questão de gênero. É publicado de segunda a sexta-feira. Acesse aqui as edições anteriores.