logo Radioagência Nacional
Direitos Humanos

Chico Mendes: há 30 anos calaram sua voz, mas ninguém segurou a força de seu legado

Especial Chico Mendes
Baixar
Renata Martins
22/12/2018 - 08:00
Brasília

Aos 9 anos quando começou a fazer os primeiros talhos na seringueira, talvez o menino Chico não imaginasse que um dia seu nome estaria escrito no Livro dos Heróis da Pátria. Mas está lá!

 

Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, foi o primeiro brasileiro a receber, em 1985, o Prêmio Internacional Global 500, concedido pela Organização das Nações Unidas como reconhecimento a sua defesa ao meio ambiente.

 

Nasceu dentro da floresta, em 15 de dezembro de 1944, no seringal Porto Rico, na cidade acreana de Xapuri.

 

Sua memória está em museus, bibliotecas. Virou estátua, filme, série, poesia, enredo de escola de samba, música: de Paul McCartney a Luís Gonzaga. Pois é… o Rei do Baião também homenageou filho do casal de nordestinos.

 

Angela Mendes, filha mais velha de Chico, fala do sonho do pai, que era ver a floresta em pé.

 

Inconformado com a exploração do trabalho dos seringueiros e da floresta entrou no movimento sindical.

 

Filiado ao Partido dos Trabalhadores, foi vereador. O trabalho no parlamento municipal, para ele, pouco podia contribuir com a luta pelo meio ambiente. Foi candidato a deputado estadual, mas não se elegeu.

 

Em defesa do meio ambiente, foi um dos organizadores de uma resistência pacífica que impedia o desmatamento: os empates.

 

Longe de ser unanimidade, virou alvo da sanha de alguns setores. O amigo Gumercindo Rodrigues destaca quem eram os inimigos de Chico Mendes.

 

Em 1987, o cineasta inglês Adrian Cowell lançou o documentário “Eu Quero Viver”, sobre Chico Mendes. A película deu os olhos do mundo para o ambientalista brasileiro e para Xapuri.

 

Em 22 de dezembro de 1988, foi assassinado dentro de casa a mando do fazendeiro Darly Alves. Trinta anos depois, há marcas de Chico Mendes por todo lado. Um legado que inclui a criação das reservas extrativistas após a sua morte. O ambientalista também dá nome ao órgão federal responsável pelo patrimônio natural brasileiro: o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

 

* Sonoplastia: José Maria Pardal

x