Balanço de violência policial não foi divulgado porque dados precisaram de análise, diz governo
Uma análise mais detalhada das denúncias sobre violência policial recebidas pelo Disque 100 em 2019 foi o principal motivo para a demora na divulgação desses dados pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
O balanço, que revelou o recebimento de 1.491 queixas sobre a atuação dos policiais, só veio a público nesta semana, mais de um mês após a divulgação dos dados gerais – e depois que a Justiça Federal no Rio de Janeiro determinou a divulgação atualizada.
O ouvidor nacional do Ministério da Mulher, Fernando César, reafirmou nesta sexta-feira que o atraso se deve à análise detalhada de informações e acrescentou que a pasta jamais omitiu dados. Apenas resolveu divulgar primeiro aqueles com maior número de registros.
O balanço sobre a violência policial em 2019 aponta que São Paulo, Minas Gerais e Ceará foram os estados com o maior número de queixas. Metade das violações ocorreram em unidades prisionais, 23% na rua e 15% na casa da vítima. A maioria das pessoas agredidas eram da cor parda.
O coordenador-geral do Disque 100, Reinaldo Las Cazas, detalha os tipos mais comuns de agressores e de vítimas.
A violência policial representou menos de 1% do total de queixas recebidas pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos em 2019. A maioria estava relacionada aos maus tratos contra crianças e adolescentes.