MPSP apura prática de racismo supostamente praticada pela Polícia
Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público de São Paulo para apurar a prática de racismo supostamente praticada pela Polícia Militar paulista no dia 24 de outubro, em um evento cultural chamado “Caminhada Negra”, organizado por uma agência de turismo especializada em história e cultura negras.
O proprietário da agência, Guilherme Soares Dias, explicou que a Caminhada Negra surgiu em maio de 2018 e é um roteiro de 3km no centro de São Paulo, onde há um resgate da cultura e da história dos negros em diversos pontos turísticos. Boa parte do público que participa da caminhada é de paulistanos, e de acordo com Soares, depois dessa experiência, os participantes ganham novos olhares e perspectivas sobre a cidade.
De acordo com relatos recebidos pela Promotoria de Justiça de Direitos Humanos no dia 24 de outubro, na primeira caminhada retomada pela agência depois do início da pandemia, policiais militares abordaram o grupo de turistas afirmando se tratar de uma manifestação e acompanharam o trajeto pelos 3km gerando desconforto e constrangimento aos participantes.
Após o ocorrido, Soares registrou boletim de ocorrência, e se reuniu com o ouvidor da PM, Elizeu Soares, nesta quinta-feira (05). Foram abertos processos para investigar a conduta dos policiais na corregedoria e ouvidoria da PM, além do próprio Ministério Público.
Guilherme Soares também afirmou que ofereceu a oportunidade de realizar a caminhada negra com corporação da PM, para que os policiais militares entendam o propósito dessa atividade e apesar do episódio, novas caminhadas serão promovidas pela agência neste fim de semana e ao longo do mês de novembro, mês da consciência negra.
Procuradas, a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública não responderam ao contato até o fechamento desta reportagem. O Ministério Público deu prazo de 30 dias para a resposta da Polícia Militar.