MPSP apura prática de racismo supostamente praticada pela Polícia

A suposta prática de racismo ocorreu na Caminhada Negra, em São Paulo

Publicado em 06/11/2020 - 17:02 Por Nelson Lin - São Paulo

Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público de São Paulo para apurar a prática de racismo supostamente praticada pela Polícia Militar paulista no dia 24 de outubro, em um evento cultural chamado “Caminhada Negra”, organizado por uma agência de turismo especializada em história e cultura negras.

O proprietário da agência, Guilherme Soares Dias, explicou que a Caminhada Negra surgiu em maio de 2018 e é um roteiro de 3km no centro de São Paulo, onde há um resgate da cultura e da história dos negros em diversos pontos turísticos. Boa parte do público que participa da caminhada é de paulistanos, e de acordo com Soares, depois dessa experiência, os participantes ganham novos olhares e perspectivas sobre a cidade.

De acordo com relatos recebidos pela Promotoria de Justiça de Direitos Humanos no dia 24 de outubro, na primeira caminhada retomada pela agência depois do início da pandemia, policiais militares abordaram o grupo de turistas afirmando se tratar de uma manifestação e acompanharam o trajeto pelos 3km gerando desconforto e constrangimento aos participantes.

Após o ocorrido, Soares registrou boletim de ocorrência, e se reuniu com o ouvidor da PM, Elizeu Soares, nesta quinta-feira (05). Foram abertos processos para investigar a conduta dos policiais na corregedoria e ouvidoria da PM, além do próprio Ministério Público.

Guilherme Soares também afirmou que ofereceu a oportunidade de realizar a caminhada negra com corporação da PM, para que os policiais militares entendam o propósito dessa atividade e apesar do episódio, novas caminhadas serão promovidas pela agência neste fim de semana e ao longo do mês de novembro, mês da consciência negra.

Procuradas, a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública não responderam ao contato até o fechamento desta reportagem. O Ministério Público deu prazo de 30 dias para a resposta da Polícia Militar.

 

Edição: Joana Lima

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