G20 Social termina com chamado contra a fome e taxação de super ricos

A Plenária Final do G20 Social aconteceu neste sábado (16), último dia da Cúpula Social do fórum econômico internacional, na zona portuária do Rio de Janeiro.  

A iniciativa de reunir movimentos sociais, sindicatos e organizações não governamentais para debater temas globais e realizar propostas é inédita e foi criada pela presidência brasileira no G20. 

A representante da Sociedade Civil Nacional, Mazé Morais, realizou a leitura da Declaração Final da Cúpula Social e um dos destaques do texto foi a necessidade de adesão dos países a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta lançada pelo Brasil no G20 e que já conquistou a adesão pública de 41 países. 

"É imperiosa a descisão de todos os países do G20 e outros estados à iniciativa da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Em alinhamento com os objetivos de Desenvolivimento Sustentaçãovel da Agenda 20-30 da ONU, essa aliança deve promover a cooperação e a intercooperação entre países e organismos internacionais estabelecendo um fundo específico para financiar políticas públicas e programas de combate à fome de forma a garantir acesso universal a alimentação adequada."

O documento de quatro páginas ainda exige dos líderes do G20 uma transição energética justa, reforça a importância de compromissos na redução da emissão de gases de efeito estufa e de proteção das florestas tropicais, e defende a taxação progressiva dos super-ricos.  

As propostas apresentadas giram em torno dos três temas centrais defendidos pela presidência brasileira no G20: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; sustentabilidade, mudanças do clima e transição justa; e reforma da governança global.  

O texto foi aprovado por aclamação pelos representantes da sociedade civil e entregue ao presidente Lula, que afirmou que as discussões do G20 social não se encerram neste momento.  

"Esse  Fórum Social do G20 não pode parar aqui. Vocês não estão fazendo o encerramento do Fórum Social. Vocês estão fazendo a abertura de uma luta que vão ter que dar sequência durante 365 dias por ano. Isso aqui é apenas o começo. Não esperem a África do Sul para gente fazer uma nova reunião".

A Declaração Final da Cúpula Social também foi endereçada ao governo da África do Sul, país que assume a presidência do G20 no ano que vem.