O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou sete acusados de atacar templos e agredir praticantes de religiões de matriz africana. Um deles seria chefe do tráfico de drogas na Comunidade Parque Paulista, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde os crimes foram praticados. Seis dos denunciados já tiveram a prisão decretada pela Justiça.
De acordo com o MP, a mando deste traficante, o grupo invadia terreiros de candomblé da comunidade para constranger e ameaçar os religiosos. Os ataques sempre eram feitos por homens armados. O bando, que se autodenomina Bandidos de Jesus, exigia que os templos fossem fechados e os religiosos deixassem a comunidade.
Ainda segundo o MP, as ordens para as ações eram dadas porque o chefe do tráfico é evangélico e, por isso, não permite a realização de cultos de religiões de matriz africana nos territórios que domina.
Os casos de intolerância religiosa cometidos por traficantes, especialmente nas cidades da Baixada, vem sendo denunciados há alguns anos por religiosos e entidades que defendem a diversidade de credo.
De acordo com o Instituto de Segurança Pública, em 2020, mais de 1,3 mil ocorrências que podem estar relacionadas à intolerância foram registradas nas delegacias do estado. Destas, 23 se enquadraram como ultraje a culto religioso.