Violência Doméstica: pandemia tornou lar ambiente ainda mais hostil
No último ano, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos diz ter sofrido algum tipo de violência ou agressão, no Brasil
A proporção corresponde a 17 milhões de mulheres vítimas de violência física, psicológica ou sexual.
A proporção de vítimas é maior entre as negras e mais jovens. Mais de uma em cada três mulheres, entre 16 e 24 anos, relatam terem vivido algum tipo de violência. Entre as mulheres pretas mais de 28% delas relataram que sofreram agressões.
A residência continua sendo o lugar mais perigoso. Praticamente metade dos casos de violência aconteceu dentro de casa, e 73% dos agressores eram íntimos das vítimas. Maridos ou namorados em primeiro lugar, seguidos de ex-maridos ou ex-namorados, pais ou mães, padrastos ou madrastas e mesmo filhos e filhas.
Os números estão na terceira edição da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Para Amanda Pimentel,uma das autoras do estudo, o estudo mostra que a violência contra a mulher mantém padrões antigos, mas agravados pela pandemia do coronavírus,que conseguiu tornar o ambiente doméstico um lugar ainda mais hostil.
Segundo o estudo, a crise sanitária tem dificultado o enfrentamento da violência contra mulher, já que o convívio mais longo com os agressores, a perda de renda familiar e o maior isolamento afastam as mulheres de suas redes de proteção.