Desde a flexibilização da entrada de imigrantes venezuelanos em situação de vulnerabilidade, ao Brasil, a cidade de Pacaraima, em Roraima, mais que dobrou o número de estudantes matriculados na rede municipal de ensino.
Apesar de a recepção dessas pessoas ser atribuição do governo federal, a estrutura de atendimento em saúde e educação, por exemplo, é responsabilidade do município. O chefe de gabinete da prefeitura de Pacaraima, Marcio Medeiros, conta que o impacto da chegada dos imigrantes, foi muito maior nos serviços de saúde e educação do município. Nas escolas da prefeitura, o número de matriculados mais que duplicou, em comparação com os números anteriores à pandemia. Hoje são cerca de 4 mil alunos nas escolas públicas.
Marcio Medeiros argumenta que a cidade de Pacaraima não comporta o alto fluxo de imigrantes em situação de vulnerabilidade social. Por isso, serve de passagem para os venezuelanos que são interiorizados para o restante do país. O fluxo de pessoas em Pacaraima subiu tanto, que começaram a ser formadas as ocupações chamadas “espontâneas”. O chefe de gabinete da prefeitura, Márcio Medeiros, explica que a cidade não tem estrutura para alocar essas pessoas de forma permanente.
Pacaraima faz divisa com a cidade de Santa Elena de Uairén, na Venezuela. Desde que começou a crise humanitária, recebeu mais de um milhão de imigrantes venezuelanos. A estimativa é da Operação Acolhida, do Exército brasileiro. Apesar da situação difícil para muitas famílias que buscam refúgio no Brasil, a entrada dessas pessoas deve ser controlada, com respeito às medidas sanitárias da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e oficializada pela Polícia Federal.
Antes mesmo do fechamento das fronteiras, na pandemia, a operação acolhida já havia atendido mais de um milhão de venezuelanos e mais de cinquenta mil interiorizados para 700 cidades brasileiras.
Com a flexibilização das pessoas vindas da Venezuela, em situação de vulnerabilidade, o controle sanitário é indispensável. No entanto, o índice de contaminação das pessoas acolhidas é menor que 3%, abaixo da média nacional. Isso devido aos protocolos sanitários que são respeitados.