O assassinato do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, no início deste ano, no Rio de Janeiro, acendeu o alerta da Prefeitura do Rio para agilizar melhorias na recepção e na assistência aos refugiados e imigrantes que desembarcam na cidade.
Por isso, foi criado o Compar-Rio, o Comitê de Políticas Públicas para Refugiados, Imigrantes e Apátridas do Município do Rio de Janeiro, que ficará sob a gerência executiva da Coordenação de Direitos Humanos da Secretaria de Cidadania.
Segundo o coordenador de Direitos Humanos da pasta, Matheus Tavares, o comitê vem sendo discutido desde meados do ano passado, com a participação da Acnur, a Agência da ONU para Refugiados; a Organização Internacional para as Migrações; a Cáritas; e organizações sociais que prestam assistência a refugiados e imigrantes. E a intenção é que as ações a serem definidas entrem em prática o mais breve possível.
Diretor da Ong Pacto pelo Direito de Migrar, Mário Undiga se mostrou muito otimista com a criação desse comitê. Para ele, a iniciativa é uma forma de acolhimento e respeito com os cidadãos que saem de seu país em busca de dignidade. Undiga ressalta que a prioridade nesse momento é emprego.
Mário Undiga é da Guiné-Bissau e é cientista social formado pela UFRJ. Mas, ele lembra que a maioria dos refugiados e imigrantes não tem a oportunidade de estudar e nem de trabalhar. Embora muitos tenham profissão.
O congolês Moïse Kabagambe foi morto a pauladas há pouco mais de um mês, ao lado do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde prestava serviços como diarista. Ele foi agredido a pauladas e não resistiu. Três homens acusados pela morte de Moïse estão presos.