Um levantamento feito pela Prefeitura do Rio de Janeiro aponta um cenário de violência e abandono enfrentado pela população transexual do município.
De acordo com a pesquisa, que ouviu 526 pessoas transexuais e travestis, 83% deles afirmaram já terem sido vítimas de violência dentro da escola, e dois em cada três enfrentaram agressões. As entrevistadas estão cadastradas na primeira etapa do projeto Garupa, promovido pela Coordenadoria Executiva da Diversidade Sexual do município para promoção de saúde do público LGBTI+ em situação de vulnerabilidade social.
Segundo a prefeitura, o levantamento incluiu perguntas sobre a realidade socioeconômica, escolaridade e acesso ao mercado formal de trabalho.
Os dados mostram que um a cada três entrevistados faz apenas uma refeição por dia ou menos, e que 72% dos participantes deixaram de estudar devido a dificuldades financeiras.
Quando o assunto é saúde, 56% disseram nunca ter recebido orientação dos serviços públicos sobre hormônios e silicone, por exemplo.
O coordenador executivo da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson, diz que a pesquisa foi fundamental para desconstruir a barreira de acesso da população trans aos serviços públicos.
Em relação ao Projeto Garoupa, lançado em julho de 2021, uma segunda etapa já está prevista para ser lançada ainda no primeiro semestre deste ano, com a participação de dez agentes vinculadores trans e travestis, que irão atuar presencialmente em todo o município.
*Com supervisão de Vitoria Elisabeth.