As festas de fim de ano são esperadas por muita gente, mas acabam gerando incômodo para outras pessoas, como aquelas que estão acima do peso. É que justamente nessa época fica latente o estigma que elas sofrem, em comentários, julgamentos e gestos. É o que explica a psicóloga Maria Gabriela Greco.
A psicóloga faz parte da lista de profissionais do movimento Saúde sem Gordobofia. O termo gordofobia é quando alguém julga uma pessoa gorda como inferior, preguiçosa ou doente. Um estudo da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica mostra que mais de 85% das pessoas acima do peso entrevistadas já sofreu constrangimento por causa do peso. Desse total, mais de 70%, no ambiente familiar. A médica psiquiatra, Bruna Boaretto, explica que isso leva a obesidade a ter uma estreita relação com o adoecimento mental das pessoas gordas.
Apesar de ser algo questionado por muitos especialistas, a obesidade é uma doença crônica, definida pela Organização Mundial de Saúde. O Atlas Mundial da Obesidade prevê que, até 2023, o Brasil tenha quase 30% da população com obesidade. As causas pode ser diversas: biológica, social, cultural, comportamental, de saúde pública e até política.
A nutricionista Evelyn Santos explica que é possível ter itens saudáveis na ceia de Natal, desde que seja essa a vontade das pessoas. Alguns elementos acabam sendo vilões da saúde. Para eles, a moderação.
As especialistas entrevistadas nesta reportagem reconhecem a obesidade como um problema de saúde. No entanto, defendem que é preciso olhar as pessoas gordas como indivíduos e com gentileza, cuja saúde não se determina por apenas um aspecto, seja ele a forma ou o peso corporal.
Com produção de Lucineia Marques.