Para marcar o Dia da Visibilidade Trans, celebrado 29 de janeiro, o Fórum Estadual de Travestis e Transexuais realizou no centro do Rio de Janeiro o Ato Visibilidade Trans e Travestis 2023.
Angel Queen, integrante do fórum e uma das organizadoras do evento, ressaltou a importância do ato. Para ela, "o objetivo do protesto é reivindicar essa questão da visibilidade trans, trazer nossos corpos para a rua e mostrar que não é só pra sobreviver, e sim a gente quer viver, a gente quer mais trabalho, a gente quer existir, a gente quer sair feliz, a gente quer buscar os nossos direitos", explica.
De acordo com o Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, a Antra, divulgado nesta quinta-feira (26), o Brasil é o país com mais mortes de pessoas trans e travestis no mundo pelo 14º ano consecutivo. Em 2021 foram 131 pessoas trans e travestis assassinadas, sendo a mais jovem com apenas 15 anos.
Wescla Vasconcelos, articuladora do Fórum Estadual de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro, ressalta a gravidade deste cenário. Segunda ela, "as mortes não são fatalidade, um problema de saúde ou um acidente de carro, são perseguições ocasionadas por requinte de crueldade, esses requintes de crueldade levam ao assassinato", afirma.
Wescla também aponta que muitas das violências sofridas por pessoas trans e travestis ocorrem dentro de casa, com a própria família. São constrangimentos, humilhações e discriminação.
Além disso, ela destaca que o sistema de educação e saúde são outros pontos sensíveis para esta população, que sofre com negativas de matrículas em escolas, e a consequente dificuldade de ingresso no mercado de trabalho, e a discriminação no acesso ao sistema de saúde. Outra demanda é a geração de emprego e renda.
