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Direitos Humanos

Mortalidade infantil Yanomami é 10 vezes maior que a do país

Desnutrição devido à falta de recursos naturais é uma das causas
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Gabriel Brum - Repórter da Rádio Nacional
09/02/2023 - 17:29
Brasília
Enenexi Yanomami (esquerda), de 21 anos, convive na Casa de Saúde do Índio, que presta acolhimento aos indígenas trazidos em situação de emergência para Boa Vista
© Fernando Frazão/Agência Brasil

A taxa de mortalidade de bebês no primeiro ano de vida na população Yanomami atingiu 114,3 a cada mil nascimentos em 2020. Segundo dados da ONU, o número é 10 vezes a taxa do Brasil e supera os países africanos de Serra Leoa e República Centro-Africana, que estão entre os mais pobres do mundo e têm os maiores índices de mortalidade de crianças. Serra Leoa tinha, em 2020, uma taxa de mortalidade de 80,5 e a República Centro-Africana de 77.

O Ministério da Saúde divulgou um relatório da Missão Yanomami realizada entre os dias 15 a 25 de janeiro.

As mortes de bebês recém-nascidos representaram quase 60% dos óbitos em menores de um ano de 2018 a 2022. O que, segundo o relatório, indica falha na atenção à gestação, ao parto e aos cuidados recebidos no nascimento. O documento indica a desnutrição como uma das principais causas de óbito de crianças. 

A doutora em Nutrição e professora aposentada da Universidade Federal de Pernambuco, Sonia Lucena, explica que a desnutrição impacta severamente na imunidade das crianças.

Dados coletados desde 2015 apontam frequência de baixo peso. Em 2021, esse índice chegou a 56,5% das crianças yanomamis. Quase metade das gestantes estava abaixo do peso em 2022.

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