Três dos mais reconhecidos pesquisadores brasileiros de estudos sobre a violência participaram nesta segunda-feira de um debate da série Diálogos Saúde Amanhã, promovido pela Fiocruz para a Agenda 2030 das Nações Unidas: a socióloga e pesquisadora emérita da Fiocruz, Maria Cecília Minayo, o sociólogo Michel Misse, da UFRJ, e o economista Daniel Cerqueira, do Ipea.
A alta taxa de homicídios no país foi um dos temas retratados. O economista Daniel Cerqueira destacou que a diminuição deste tipo de crime é possível, e abordou o exemplo positivo do estado do Espírito Santo.
“Nestes últimos anos, a gente conseguiu, por exemplo, no Espírito Santo, com o programa O Estado presente, conseguimos a menor taxa de homicídios de 33 anos no estado. Então é possível, com muito trabalho, governança e consciência”.
O sociólogo Michel Misse, da UFRJ, reforçou a gravidade do problema dos desaparecimentos no Rio de Janeiro.
“No caso do Rio de Janeiro, você tem um volume de desaparecimentos muito elevado, para o qual não existe, até hoje, não se conseguiu fazer uma pesquisa em detalhe porque é fechado, o material é fechado. Eu tive o acesso a parte do material, eu fiquei surpreso que 65% das notificações de desaparecimento você não sabia quem notificou. Não tinha a informação mais elementar, a partir da qual você pode apurar o caso. A meu ver, a situação brasileira, especialmente a situação no Rio de Janeiro, é muito grave”.
Armas e drogas, que abastecem a rede de violência no país, também foram um dos temas do encontro. Maria Cecília Minayo relacionou essa questão com a violência interpessoal.
“A questão das drogas, a questão das armas, são os dois elementos fundamentais. E acho até que a violência interpessoal vem desse ambiente conflitivo”.
O tema da violência interpessoal foi destacado na Agenda 2030 das Nações Unidas, que, no Objetivo 16, trata da necessidade de o Estado garantir o acesso à Justiça e instituições responsáveis e inclusivas em todos os níveis, para a promoção de sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. O aumento da violência no país nos últimos tempos, especialmente contra grupos vulneráveis, como mulheres e povos indígenas, é considerado preocupante pelos especialistas, e apontado como em retrocesso nos últimos anos.
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