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Direitos Humanos

Dino recebe documento sobre casos de violência no estado do Pará

O relatório é resultado de expedição em municípios como Marabá e Anapu
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Daniella Almeida - repórter da Rádio Nacional
01/06/2023 - 21:39
Brasília
Brasília (DF) 09/05/2023 Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, participa de audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.
© Lula Marques/ Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, recebeu de representantes da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns (a Comissão Arns), nesta quinta-feira, o relatório “Pará – Sem justiça não há paz”. O documento traz recomendações e pedidos de ações governamentais para enfrentar a violência e casos de impunidade nas regiões sul e sudeste do estado do Pará. 

O relatório é resultado da expedição realizada pela Comissão Arns, entre 16 a 20 abril, aos municípios paraenses do sul e sudeste como Marabá e Anapu. Neste período, os membros da comissão ouviram testemunhas, autoridades locais, familiares e vítimas da violência histórica na região. 

A comissão solicitou ao MJ arealização uma operação local de desarmamento e fiscalização nas regiões visitadas, com apoio intensivo da Polícia Federal, em conjunto com o governo do Pará, coordenada com a Polícia Militar local. 

O ministro Flávio Dino adiantou que vai apoiar as ações de combate impunidade e os demais órgãos. 

O integrante da Comissão Arns, o ex-ministro dos Direitos Humanos e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi esteve in loco, na expedição ao Pará. Nesta quinta-feira, após o encontro no Ministério da Justiça, Vannuchi avaliou positivamente as primeiras medidas anunciadas por Dino. 

Trinta dias após as visitas ao sul e sudeste do Pará, a coleta das informações gerou o relatório “Pará – Sem justiça não há paz”, que detalha a ação ilegal de grileiros, garimpeiros, madeireiros, milícias e demais bandos armados organizados. 

As páginas trazem relatos sobre ameaças, violência generalizada no campo, atentados, mortes, chacinas, expulsão de moradores de suas terras, atuação de pistoleiros e agentes públicos de segurança pública e outras violações de direitos humanos contra trabalhadores rurais, ribeirinhos, indígenas e populações tradicionais. Os registros apontam que populações amedrontadas. 

O presidente da Comissão Arns e ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias, comentou que a situação vivida no Pará merece atenção para ser solucionada. 

Os membros da Comissão Arns solicitaram às autoridades, em Brasília, ações para reafirmação do poder público e fortalecimento da sociedade civil. 

As solicitações dizem respeito à necessidade de uma grande operação de segurança pública, desarmamento e fiscalização nas áreas sob constante ameaça; adoção do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, investigação e combate à atuação do crime organizado. 

A Comissão Arns entende que, como a maior parte da criminalidade no estado do Pará ocorre por conflitos fundiários, pede a retomada dos trabalhos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para regularização dos projetos de assentamento e desenvolvimento sustentável;  

Para conhecer o relatório completo e as recomendações, acesse https://comissaoarns.org/ 

 

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