Chutes, socos, tapas no rosto... Essas são algumas das denúncias de agressões físicas que têm sido cada vez mais comuns no momento de prisões feitas no Rio de Janeiro.
Segundo estudo divulgado pela Defensoria Pública do estado, como parte do Protocolo de Prevenção e Combate à Tortura, entre 1ª de janeiro de 2022 e 11 de maio deste ano, houve 1.506 relatos feitos por presos de possíveis casos de tortura e maus tratos no momento da detenção. Média de quatro por dia.
De acordo com o levantamento, a maioria das vítimas é negra, formada por homens entre 18 e 25 anos, que sequer chegaram a completar o ensino fundamental.
Para o defensor público André Castro, coordenador do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, o levantamento revela uma triste realidade.
Em 96,6% dos casos, as agressões foram relatadas nas audiências de custódia. Os agentes da Polícia Militar são apontados como principais autores dessas agressões.
Em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que o comando da Corporação “não tolera possíveis cometimentos de abusos por parte dos seus agentes, apurando com rigor fatos nesse sentido quando relatados”.
E que a Corregedoria da PM está ao dispor do cidadão para denúncias, através do telefone (21) 2725-9098 ou ainda pelo e-mail denuncia@cintpm.rj.gov.br. Sendo garantido o anonimato.