Os refugiados afegãos, que foram levados no fim de semana para Praia Grande no litoral paulista, vão ficar abrigados por um mês na colônia de férias do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas da cidade. Depois será definido para quais cidades brasileiras eles serão levados.
128 afegãos, entre eles 35 crianças, ficaram retidos nos ônibus na rodovia Anchieta depois que a prefeitura de Praia Grande recusou o abrigo ao grupo na sexta-feira.
A situação só foi resolvida horas depois, quando o município fechou um acordo com o Ministério da Justiça. Isso porque a prefeita de Praia Grande, Raquel Chine, solicitou ao ministro da Justiça, Flávio Dino, condições para a permanência dos afegãos na cidade.
Ela pediu policiais federais ou estaduais na porta da colônia com viaturas para controle de acesso. Montagem de um ambulatório, com no mínimo dois médicos, roupas de cama e banho para trocas diárias, intérprete e convênio para o pagamento de exames de laboratório.
As exigências foram feitas em função de um surto de sarna entre os refugiados acampados no aeroporto internacional de Guarulhos na grande São Paulo. A ativista Aline Sobral da ONG Coletivo Frente Afegã se diz indignada com a infestação de sarna entre os refugiados. Ela atribui o problema justamente a precariedade na higiene a que eles são submetidos quando chegam a Guarulhos e precisam ficar ali acampados enquanto por abrigo.
De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, como há 5 milhões de brasileiros morando em outros países, o Brasil tem deveres de reciprocidade, mas como o país tem uma capacidade limitada vai debater, em breve, com outros órgãos do governo sobre a continuidade dessa política.
Nesta segunda-feira (3), o Congresso Nacional fez uma sessão solene destinada a comemorar o Dia Mundial do Refugiado que é celebrado anualmente em 20 de junho.