Uma cerimônia nesta terça-feira (14) tornou oficial a união de 271 casais indígenas, no extremo Oeste do Amazonas.
O matrimônio coletivo ocorreu na comunidade Belém do Solimões, onde a maioria é da etnia Ticuna, o mais numeroso povo indígena na Amazônia brasileira, com uma população de cerca de oito mil pessoas.
A cerimônia foi prestigiada pelo corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, além de outros integrantes do Poder Judiciário e do Governo do estado.
Dez tradutores enviados pela Funai auxiliaram aqueles que não falam português.
O casamento coletivo marcou a segunda edição da “Semana Nacional do Registro Civil – Registre-se!”, que vai até sexta-feira. A ação, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça em todo o país, tem por objetivo promover inclusão social e ampliar o acesso à cidadania com a expedição de documentos como RG, CPF, certidões de nascimento, casamento e óbito.
Neste ano, além dos indígenas, as atividades destacam o atendimento às pessoas privadas de liberdade, em especial, aquelas em processo de reintegração após deixarem o sistema prisional.
O foco da Campanha Registre-se é a erradicação do sub-registro civil de nascimento e ampliação do acesso à documentação civil básica a todos os brasileiros, para que possam ter pleno direito à educação, saúde, previdência e auxílios governamentais.
Esse é o caso do agricultor Salomão Reis, da etnia Ticuna, que optou pelo casamento civil para oficializar um relacionamento que já dura 15 anos. Ele tem dois filhos e acha o registro importante para ter mais facilidade no acesso a serviços da vida civil.
O IBGE calcula que cerca de três milhões de brasileiros não têm Registro Civil. O número representa 2,59% da população.
* Matéria atualizada para acréscimo de entrevista