Estudo: 70% da população carcerária no Brasil é negra
Dos mais de 850 mil presos no país, cerca de 70% são negros, um universo de 470 mil pessoas. Os números escancaram o racismo estrutural no sistema carcerário brasileiro. Os dados são de 2023 e estão no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o documento, em nenhum momento da série histórica, iniciada em 2005, a representação racial se deu de modo diferente, sendo, portanto, um processo criminal que tem cor. Além disso, o cenário é de celas lotadas, má qualidade de saúde e de higiene, violência, presença de facções criminosas e tempo de permanência na prisão maior do que o determinado pela condenação.
Isso, segundo os pesquisadores, pode minar qualquer possibilidade de ressocialização e de garantia da segurança pública. Ainda, dos mais de 850 mil presos, 209 mil eram provisórios, ou seja, um em cada quatro ainda não havia sido julgado. Do total de encarcerados, 805 mil são homens e 46 mil, mulheres. Cerca de 20% trabalham, quase 170 mil.
A pesquisa defende que a redução das possibilidades de saídas temporárias de presos vai na contramão de uma política prisional que dialoga com a aposta da ressocialização.