Indígena Avá Guarani é ferido após terceiro dia consecutivo de ataques
Um indígena da etnia Avá Guarani foi ferido na noite do dia 31, durante um incêndio criminoso na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, entre Guaíra e Terra Roxa, no oeste do Paraná. Foi o terceiro dia consecutivo de ataques. O primeiro ocorreu no domingo, quando os indígenas foram surpreendidos por pessoas que atearam fogo na vegetação, nas plantações e em um dos barracos. Na avaliação dos indígenas, o ataque foi planejado devido à presença de rastros dos pneus de motos em vários locais.
Os ataques, anunciados há mais de um mês, deixaram pelo menos dois feridos: um indígena baleado no braço e uma indígena que teve queimaduras no pescoço, além de famílias desabrigadas, sem alimentos e sem água potável. O sentimento de todos para com os últimos acontecimentos é de um total desrespeito, como se não tivessem direito em estar ali, avalia o membro representante da comunidade e integrante da comissão guarani yvyrupa, Ilson Soares.
“O sentimento que a gente tem diante desse cenário é de indignação. A gente fica muito revoltado com tudo que vem acontecendo. Todos esses ataques, essas ameaças, parentes feridos por arma de fogo, casas incendiadas, incêndios criminosos. A gente não pensa em ir embora porque a gente não tem para onde ir. E a única alternativa que a gente tem é continuar lutando e resistindo. A gente está sobre o nosso território ancestral, a gente vai continuar lutando, continuar resistindo.”
A escalada de violência contra os Avá Guarani acontece em retaliação à retomada dos territórios tradicionais. As formas mais comuns de violência são ataques a tiros, fogos de artifício e incêndios. Devido às ocorrências, o governo federal autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública de forma permanente na região.
O oeste do Paraná tem histórico de violência e conflitos com invasores, sendo também motivada pela busca por reparação após a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu
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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil"
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

