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Direitos Humanos

Muro na Cracolândia em SP gera debate e críticas de ONG

Controvérsia sobre muro na Cracolândia envolve segurança e direitos
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Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional
15/01/2025 - 16:02
São Paulo (DF)
São Paulo (SP), 24/06/2024 - Prefeitura e governo instalam grades na Cracolândia e delimitam espaço de usuários de drogas. Gradil foi colocado na Rua dos Protestantes na terça-feira (18). Um dos objetivos das gestões é liberar parte da via para o trânsito de carros de segurança e de saúde.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
© Paulo Pinto/Agência Brasil

A construção de um muro delimitando a Cracolândia, como é conhecida a região do fluxo de usuários de drogas no centro da cidade de São Paulo, vem sendo alvo de debate público. O muro, com 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, foi erguido em maio e concluído em novembro do ano passado, próximo à Estação da Luz.

O espaço delimitado pelo muro é contestado pela ONG A Craco Resiste, que aponta a falta de aviso prévio às pessoas que frequentam a região. Segundo a entidade, o local cercado deixa as pessoas confinadas durante as operações policiais. Também foi apontada a ausência de banheiros e pontos de água potável no interior do muro.

A ONG denuncia, ainda, que viaturas policiais estariam coagindo pessoas em situação de rua a se dirigirem para o espaço cercado.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que o muro substituiu um tapume constantemente danificado. A gestão municipal afirmou que a troca visa proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade, além de moradores e pedestres — e negou que a intenção seja confinar os frequentadores da região.

De acordo com a Subprefeitura da Sé, o muro facilita o atendimento aos usuários, oferece mais segurança às equipes de assistência social e não prejudica o trânsito nas vias próximas.

A prefeitura argumentou, ainda, que as ações realizadas em 2024 reduziram em 73% o número de dependentes químicos na Cracolândia em relação ao ano anterior. Segundo os dados, a média diária de usuários no período da manhã caiu de pouco mais de 500 para 150 pessoas. À tarde e à noite, a média caiu de 470 para 150 pessoas.

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