Mais uma vez dados divulgados pelo IBGE mostram que o Brasil está longe de alcançar a equidade de gênero quando o assunto é o cuidado de crianças.
Em um suplemento divulgado nesta quarta-feira o órgão aponta que quase 84% das crianças com menos de quatro anos de idade no Brasil em 2015 tinham como principal responsável uma mulher e quase 85% dessas eram mães ou madrastas e isso tem impactado a participação feminina no mercado de trabalho como explica a analista do IBGE, Adriana Beringuy.
Quem opta por continuar trabalhando acaba precisando fazer arranjos complicados. A esteticista paranaense Shaiane Peres que é mãe de Arthur de dois anos trabalha desde que ele tinha dois meses, às vezes até as nove horas da noite.
Para conciliar o filho e a profissão ela já levou Arthur para o trabalho já contratou uma creche particular já o deixou com parentes e agora depois de muita espera conseguiu uma vaga em uma creche pública.
Camila Ferreira que sempre arcou com a maior parte dos cuidados com a casa e o filho de um ano, apesar da participação do marido, acabou optando por deixar o emprego formal logo depois do final de sua licença maternidade.
E a desocupação não tem relação direta com a baixa escolaridade já que de acordo com o IBGE mais da metade das crianças com menos de 4 anos tinha como primeira pessoa responsável em 2015 alguém com pelo menos o ensino médio completo.
O IBGE também investigou a idade desses responsáveis e identificou que quase metade deles tinha entre 18 e 29 anos, porcentagem que aumenta quando o principal responsável é uma mulher e diminui quando é um homem entre os cerca de 15% deles que são principais responsáveis por crianças de zero a três anos a maioria tem mais de 30 anos.