Funcionários da Infraero fizeram um protesto silencioso no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Vestidos de preto, eles criticaram a proposta de um novo pacote de concessões que está sendo estudado pelo governo.
Congonhas é o segundo aeroporto mais movimentado do país. O primeiro é Cumbica, em Guarulhos, que em 2012 passou a ser administrado por um consórcio liderado pela estatal sul-africana de aeroportos, a ACSA.
Segundo o ministro do planejamento, Dyogo Oliveira, a expectativa é arrecadar R$ 5,6 bilhões com a transferência de Congonhas para a iniciativa privada. Já para os funcionários da Infraero, significa colocar em risco toda a malha de transporte aéreo.
Isso por conta do sistema de subsídio cruzado, em que aeroportos superavitários, como Congonhas e Santos Dumont, repassam recursos que ajudam a garantir a infra-estrutura de aeroportos menores, como explica o diretor do sindicato em Congonhas, Severino Macedo.
Só entre janeiro e junho desse ano, o aerporto de Congonhas teve um lucro de R$ 136 milhões, já descontados os repasses do subsídio cruzado. Para Milton Gonçalves, funcionário da Infraero, a concessão significa perder a jóia da coroa.
Em nota, o Ministério dos Transportes confirmou que o governo estuda a possibilidade de novas concessões aeroportuárias, mas esclareceu que a o formato de concessão ainda não foi definido. Segundo o ministério, até o final do mês serão encaminhados estudos técnicos para serem avaliados pelo Programa de Parcerias e Investimentos, o PPI, responsável pela política de concessões do governo federal.
* Atualizada às 21h46 para correção de crédito de entrevistado.