Chanceler brasileiro diz que possível saída da França de acordo com o Mercosul não é impasse
Depois de a França anunciar que pode não confirmar a participação no acordo entre Mercosul e União Europeia, se o Brasil não se comprometer com questões ambientais, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, garantiu que isso não é um impasse.
O chanceler brasileiro argumentou que a questão ambiental já está prevista como requisito para o acordo entre os dois blocos e que esse tipo de declaração é voltado para os franceses.
Ernesto Araújo declarou que as questões econômicas e comerciais já estão acordadas. Mas a parte política entre os países-membros está em fase final de negociação. Araújo ainda rebateu a declaração da França e mencionou que alguns países-membros da União Europeia também têm problemas a serem resolvidos.
O chanceler anunciou que, para este semestre, que acaba de começar, estão previstas conversas para mais quatro acordos: com a Associação Europeia de Livre Comércio, Coreia, Cingapura e Canadá. As chances de bater o martelo mesmo é com dois deles, ainda este ano.
O acordo comercial entre Mercosul e União Europeia foi oficializado na última sexta-feira, dia 28 de junho, na capital francesa, Paris, depois de 20 anos de negociação. Lembrando que o Mercosul é formado por Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina.
Após o aperto de mãos entre os dois blocos, o governo brasileiro espera um aumento de mais de US$ 87 bilhões no Produto Interno (PIB) brasileiro, nos próximos 15 anos. O valor ainda pode chegar aos US$ 125 bilhões.
Além de melhora no PIB, o acordo pode ainda abrir as portas do Brasil para o aumento de investimentos externos, que podem chegar, também nos próximos 15 anos, a US$ 113 bilhões.
A expectativa dos ministérios da economia e das relações exteriores é de zerar as tarifas de produtos que interessam o mercado brasileiro, como suco de laranja, frutas e café solúvel.