O impacto da extração ilegal de ouro na Amazônia costuma ser facilmente identificado por fotografias e imagens de satélite. Grandes áreas desmatadas e rios poluídos. Mas agora o Ministério Público Federal passa a contar com uma nova ferramenta para quantificar os danos ambientais no bioma amazônico. O cálculo pretende ajudar procuradores na adoção de medidas judiciais para a reparação dos prejuízos causados à floresta e às comunidades amazônicas.
A ferramenta leva em conta o desmatamento, a destruição de fauna, poluição e a inviabilização da exploração sustentável das matas. Também entram na conta os prejuízos relacionados à regulação climática, oferta de água, manutenção da biodiversidade e saúde humana.
Depois de cruzar os dados, os técnicos chegaram à conclusão que o prejuízo ambiental decorrente da mineração ilegal de ouro em garimpos pode atingir R$ 3 milhões por quilograma de ouro extraído. Isso considerado o período de 42 anos necessário para a recuperação da área degradada. A base de cálculo passará a ser utilizada para quantificar pedidos judiciais de multas ambientais.
O estudo foi solicitado pela Força-Tarefa Amazônia, criada pelo Ministério Público Federal, em agosto do ano passado com o objetivo de atuar no combate à mineração ilegal, ao desmatamento, à grilagem de terras públicas, à violência no campo e ao tráfico de animais silvestres. Procuradores da República lotados em estados da Amazônia Legal fazem parte da força-tarefa e darão continuidade à aplicação da pesquisa.