Mesmo com mercado aquecido, população negra é mais afetada por desigualdade no trabalho

IBGE

Publicado em 16/11/2019 - 07:01 Por Lígia Souto - Rio de Janeiro

A desigualdade entre negros e brancos no que se refere ao mercado de trabalho é evidente mesmo com ofertas de vagas. Apesar de representarem 55,8% da população brasileira, e quase 55% da força de trabalho, pretos e pardos correspondiam, em 2018, a 64,2% dos desocupados e 66,1% dos subutilizados.

 

Os dados constam no informativo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado nessa semana pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

 

O levantamento reúne dados de diversas pesquisas, como a Síntese dos Indicadores Sociais, o Censo e, principalmente, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - Contínua.

 

A informalidade atinge 34,6% dos trabalhadores brancos e 47,3% dos pretos ou pardos, enquanto estes ocupam apenas 29,9% dos cargos gerenciais.

 

Na divisão desses cargos por níveis de rendimento, os negros têm 11,9% dos maiores salários gerenciais e 45,3% dos de menor remuneração.

 

O analista de indicadores sociais do IBGE João Hallak reforça que os números são piores para a população negra, mesmo com o marcado de trabalho aquecido.

 

João Hallak destaca que a população branca recebe maiores rendimentos independentemente do nível de instrução e explica, ainda, que a desigualdade é influenciada pelo tipo de formação superior.

 

A desigualdade no mercado de trabalho se reflete também nas condições de moradia. Enquanto 27,9% das pessoas brancas vivem em domicílios sem ao menos um serviço de saneamento, que são a coleta de esgoto e de lixo e fornecimento de água, a proporção sobe para 44,5% entre pretos e pardos.

 

Para o pesquisador do IBGE Claudio Crespo, o dado é importante pois reflete também nas condições de saúde.

 

A publicação destaca, ainda, as duas maiores cidades do país no que diz respeito aos aglomerados subnormais ou assentamentos irregulares.

 

Em São Paulo 18,7% das pessoas que residem nesse tipo de moradia são pretas ou pardas e 7,3% brancas.

 

No Rio de Janeiro, essa proporção sobe para 30,5% no caso dos negros e 14,3% dos brancos.

 

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