Cai número de empresas e aumenta informalidade no setor cultural brasileiro entre 2007 e 2017
O número de empresas ligadas à cultura caiu no Brasil entre 2007 e 2017, passando de 353 mil para 325 mil. Em 2010, eram 380 mil companhias atuando no setor.
Os dados, que têm como base o Cadastro Central de Empresas, constam na pesquisa de informações e indicadores culturais, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. Em 2017, o setor movimentou R$ 226 bilhões.
O levantamento revela que houve uma redução também na proporção de empregados com carteira assinada, que foi de 45% em 2014 para 34,6% em 2018. Em consequência disso, a informalidade no setor cresceu, indo de 38% para 45,2% nesse mesmo período, como explica o pesquisador do IBGE, Leonardo Athias.
“Para acultura algumas áreas foram mais afetadas. A gente teve diminuição no comércio de equipamentos eletrônicos e de áudio e vídeo. A edição também perdeu trabalhos formais. Bateu no mercado como um todo e em algumas categorias específicas da cultura”.
Já na comparação com 2007, ano em que começa a série histórica, o pessoal ocupado na cultura registrou um aumento de 7,2%, com 130 mil pessoas a mais empregadas.
As mulheres que trabalham no ramo cultural têm salários inferiores aos homens da categoria. A remuneração feminina foi abaixo inclusive da apresentada no mercado de trabalho de uma forma geral. O pesquisador do IBGE destaca que a diferença salarial está relacionada ao fato do setor cultural ter mais profissionais com nível superior.
“No setor cultural você tem mais profissionais qualificados do que a média do mercado; você tem mais de 30% com nível superior completo, enquanto no total do mercado essa média está mais próxima dos 20%. E isso faz com que você tenha uma diferença salarial maior, tendo em vista estudos de gênero de diferentes tipos. Nas estatísticas de ocupação, as mulheres com nível superior completo tendem a ganhar menos do que os homens do que em ocupações com menos qualificação”.
A pesquisa mostrou desigualdade em relação ao gasto médio mensal familiar com as atividades culturais, que atingiu cerca de R$ 282 entre 2017 e 2018. As famílias com rendimento mais baixo comprometeram 5,9% dos gastos com atividade cultural em 2018. Já as de maior renda destinaram 7,9%.
Os dados apontam, ainda, que quase 40% da população morava em municípios sem cinemas em 2018, e quase 15% em municípios sem provedor de internet.
Em relação ao acesso a equipamentos culturais, a população preta ou parda se mostrou mais vulnerável: 44 % viviam em municípios sem salas de cinema, enquanto os brancos eram 34,8%. O desequilíbrio também é identificado quando se trata de acesso a museus, salas de teatros, rádios e internet.
![Maiara Cerqueira/MinC Salvador (BA), 06/02/2025 - Ministra da Cultura Margareth Menezes visita Igreja de São Franscisco de Assis, no Pelourinho, que teve o teto desabado. Foto: Maiara Cerqueira/MinC](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
![Projeto Aldeias/Divulgação/Arquivo Rio de Janeiro (RJ) 13/01/2025 - imersão na floresta crianças e adolescente do projeto aldeias visitam o rio Xingu
Foto: Projeto Aldeias/Divulgação/Arquivo](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
![Logo da Radioagência Nacional](https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/themes/agenciabrasil_v3/images/thumb_rdag_small.webp?sq92ux)
![Marcello Casal JrAgência Brasil Economia, Moeda, Real,Dinheiro, Calculadora](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
![REUTERS/Carla Carniel/Proibida reprodução Soccer Football - Paulista Championship - Santos v Botafogo SP - Estadio Vila Belmiro, Santos, Brazil - February 5, 2025 Santos' Neymar in action REUTERS/Carla Carniel](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)