Cai número de empresas e aumenta informalidade no setor cultural brasileiro entre 2007 e 2017

Entre 2007 e 2017

Publicado em 05/12/2019 - 17:05 Por Lígia Souto - Rio de Janeiro

O número de empresas ligadas à cultura caiu no Brasil entre 2007 e 2017, passando de 353 mil para 325 mil. Em 2010, eram 380 mil companhias atuando no setor.


Os dados, que têm como base o Cadastro Central de Empresas, constam na pesquisa de informações e indicadores culturais, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. Em 2017, o setor movimentou R$ 226 bilhões.


O levantamento revela que houve uma redução também na proporção de empregados com carteira assinada, que foi de 45% em 2014 para 34,6% em 2018. Em consequência disso, a informalidade no setor cresceu, indo de 38% para 45,2% nesse mesmo período, como explica o pesquisador do IBGE, Leonardo Athias.


“Para acultura algumas áreas foram mais afetadas. A gente teve diminuição no comércio de equipamentos eletrônicos e de áudio e vídeo. A edição também perdeu trabalhos formais. Bateu no mercado como um todo e em algumas categorias específicas da cultura”.

 

Já na comparação com 2007, ano em que começa a série histórica, o pessoal ocupado na cultura registrou um aumento de 7,2%, com 130 mil pessoas a mais empregadas.


As mulheres que trabalham no ramo cultural têm salários inferiores aos homens da categoria. A remuneração feminina foi abaixo inclusive da apresentada no mercado de trabalho de uma forma geral. O pesquisador do IBGE destaca que a diferença salarial está relacionada ao fato do setor cultural ter mais profissionais com nível superior.

 

“No setor cultural você tem mais profissionais qualificados do que a média do mercado; você tem mais de 30% com nível superior completo, enquanto no total do mercado essa média está mais próxima dos 20%. E isso faz com que você tenha uma diferença salarial maior, tendo em vista estudos de gênero de diferentes tipos. Nas estatísticas de ocupação, as mulheres com nível superior completo tendem a ganhar menos do que os homens do que em ocupações com menos qualificação”.


A pesquisa mostrou desigualdade em relação ao gasto médio mensal familiar com as atividades culturais, que atingiu cerca de R$ 282 entre 2017 e 2018. As famílias com rendimento mais baixo comprometeram 5,9% dos gastos com atividade cultural em 2018. Já as de maior renda destinaram 7,9%.


Os dados apontam, ainda, que quase 40% da população morava em municípios sem cinemas em 2018, e quase 15% em municípios sem provedor de internet.


Em relação ao acesso a equipamentos culturais, a população preta ou parda se mostrou mais vulnerável: 44 % viviam em municípios sem salas de cinema, enquanto os brancos eram 34,8%. O desequilíbrio também é identificado quando se trata de acesso a museus, salas de teatros, rádios e internet.

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