Oitocentos e sessenta mil postos de emprego formal a menos no mês passado: o pior resultado para o mês de abril desde 1992, quando começaram os registros da série histórica.
Esses são os números revelados pelo Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que foram divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Economia. O número corresponde a uma queda superior a 50% em relação a abril de 2019, quando a diferença entre contratações e demissões foi positiva: mais de 120 mil novos postos de trabalho.
O alto número de vagas fechadas no mês passado, 860 mil, é considerado alarmante e o Secretário Especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, atribui o resultado ao cenário causado pela pandemia do novo coronavírus, que provocou queda em novas contratações. Mas ele destaca que o governo conseguiu manter empregos, com as políticas previstas em medidas provisórias, de auxílio a empresas.
O pior desempenho foi registrado no estado de São Paulo, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Bruno Bianco ainda destacou que o saldo negativo está ligado à queda de contratações e que o retorno às atividades deve ocorrer com cuidados, para o governo estimular novas contratações.
O balanço ainda mostra uma redução de novos postos, no acumulado do ano, de janeiro a abril, em relação aos quatro primeiros meses de 2019, quando houve mais contratações do que pessoas demitidas. Com isso, houve uma queda nas admissões e aumento nas demissões, entre os dois períodos.
Esta é a primeira divulgação, no ano, do “novo” Caged e por isso os dados englobam os meses de janeiro a abril. Segundo o Ministério da Economia, foram feitas mudanças no sistema de preenchimento das informações. O Caged é uma ferramenta do ministério para monitorar a situação da mão de obra formal, no Brasil. Os dados de maio serão divulgados no fim de junho.