População mais pobre paga inflação maior do que os mais ricos no país
A alta nos preços da energia elétrica, do gás de botijão e do aluguel teve peso maior no bolso dos brasileiros mais pobres em outubro, que enfrentaram no mês uma taxa de inflação de 1,35% acima daquela das famílias de melhor renda. Para essas, o índice ficou em 1,20%, de acordo com os dados divulgados, nesta sexta-feira (12), pelo Ipea- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Ainda segundo o Indicador de Inflação por Faixa de Renda, o índice acumulado nos 12 meses também mostra que, embora haja uma aceleração inflacionária para todas as camadas de renda, os três segmentos de menor poder aquisitivo são os que registram as maiores altas, com taxas superiores a 11%.
Para as famílias que recebem abaixo de R$ 1.808,79, a inflação acumulada no período de 12 meses encerrado em outubro chega a cerca de 11,5%, enquanto a alta verificada para os grupos com renda superior a R$ 17.764,49 o índice é de 9,5%.
Além do grupo habitação, o segmento de alimentos e bebidas também contribuiu para a alta inflacionária no mês avaliado as famílias de menor renda, principalmente pela pressão do aumento da alimentação no domicílio, com destaque para batata, açúcar e café .
Já para as três faixas de renda mais altas, assim como ocorreu em setembro, o maior impacto de outubro partiu do grupo de transportes. A alta inflacionária desse segmento foi influenciada pelos reajustes de 3,1% da gasolina, de aproximadamente 34% das passagens aéreas e de quase 20% dos transportes por aplicativo.
Além das altas dos grupos alimentação e habitação, o grupo despesas pessoais, influenciado pelo aumento dos serviços ligados à recreação, impactou mais fortemente a inflação para as famílias destas faixas de renda.