A inflação dos produtos industriais na saída das fábricas subiu 2,16% em outubro, na comparação com setembro. A alta foi a maior desde abril, quando a taxa ficou em 2,19%. Também marca uma série de mais de dois anos de inflação na indústria, já que a última variação negativa foi em agosto de 2019.
Com o resultado de outubro do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE, os preços na indústria acumularam crescimento de 26,57% em 2021 - o maior índice para outubro desde o início da série histórica, em 2014. Já o acumulado nos últimos 12 meses foi de 28,83%, e vem reduzindo desde junho, quando era de 36,78%.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Vinte e duas registraram alta em outubro. O destaque foi para refino de petróleo e produtos de álcool, que apresentou a maior variação, de 7,14%, e também a maior influência no resultado geral. O setor apresenta resultados positivos desde maio.
O gerente da pesquisa, Alexandre Brandão, explica que essa taxa é reflexo da variação do óleo bruto de petróleo, que vem aumentando no mercado internacional.
Os alimentos também tiveram alta importante em outubro. Alexandre Brandão chama atenção para o aumento no preço do açúcar e das carnes bovinas frescas ou refrigeradas. No caso das carnes, alguns frigoríficos apontaram maior demanda por causa da retomada das exportações. Já no que se refere ao açúcar, a alta deve-se a restrição de oferta.
A pesquisa investiga, em pouco mais de 2.100 empresas, cerca de seis mil preços mensalmente.