A falta de produtos causada pela pandemia da covid-19 e, mais recentemente, pela guerra entre a Rússia e Ucrânia está levando a um aumento da taxa de inflação mundial, que impacta também o setor externo brasileiro. Isso reflete nos preços, principalmente da pauta de itens importados, de acordo com o Indicador de Comércio Exterior, divulgado nesta terça-feira pela Fundação Getúlio Vargas.
O boletim informa que as exportações brasileiras aumentaram, em valor, 19,4% entre março de 2021 e de 2022. Já as importações crescem 21,5% na mesma base de comparação.
No entanto, a análise por volume mostra um movimento inverso, com expansão de 0,9% no que é vendido e recuo de 7% no que é comprado de outros países.
De acordo com a FGV, isso comprova o impacto do aumento nos preços, que tiveram elevação de 17,8% nas exportações, índice que chegou a 30,3% quando se leva em conta as importações.
Essa inflação é liderada pelo grupo das commodites, que, em março, encareceram 52,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Na área de petróleo e derivados, por exemplo, a elevação de 71% no preço das importações superou a de 25% nas vendas para o mercado externo. Ainda assim, como o Brasil é um exportador expoente no setor, a balança ainda foi positiva em US$ 3,7 bilhões, o que representou 31% do superávit global do país.
