A tradicional caderneta de poupança segue perdendo espaço na preferência dos brasileiros. No mês passado, os saques superaram os depósitos em quase R$ 12,7 bilhões. A maior saída líquida de recursos desde 1995.
E se for levando em conta todo este ano, os resgates na poupança passaram os depósitos em mais de R$ 63 bilhões. Número também recorde.
A fuga recente dos brasileiros da caderneta de poupança pode ser explicada pelo baixo rendimento em comparação com a inflação. Nos últimos 12 meses, a aplicação rendeu pouco mais de 6%, segundo o Banco Central. No mesmo período, a inflação medida pelo IPCA ultrapassou os 11%.
E com a taxa selic alta, é fácil encontrar outros investimentos rendendo bem mais que a poupança e com a mesma segurança, como os títulos públicos emitidos pelo governo.
Outro fator que ajuda a explicar a grande retirada de recursos da poupança é o endividamento das famílias, que cresceu ultimamente.
O último período em que a poupança registrou saldo positivo de depósitos no país foi em 2020. Naquele ano, a aplicação foi beneficiada pela instabilidade no mercado de títulos públicos, bem como pelo pagamento do auxílio emergencial em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.