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Economia

Endividamento alto no Brasil preocupa saúde mental dos trabalhadores

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Gabriel Corrêa - Repórter da Rádio Nacional
17/11/2022 - 12:22
São Luís (MA)

As dívidas estão tirando o sono de oito em cada dez brasileiros. É muita gente devendo, de acordo com pesquisa sobre os reflexos emocionais gerados pelo endividamento e divulgada nesta quinta-feira (17), pela Serasa. 

Cerca de 83% dos endividados sofrem de insônia por causa das dívidas e 78% são acometidos por pensamentos negativos. Ao todo, foram ouvidas mais de 5 mil e duzentas pessoas. E o "cenário psicológico" foi classificado como "preocupante", já que a situação de inadimplência "estimula problemas emocionais” e prejudica “relações pessoais e familiares".

É que três em cada quatro endividados afirmam ter dificuldade de concentração para realizar tarefas diárias. Cerca de dois terços, disseram que a situação financeira teve "impactos no relacionamento conjugal" e que tiveram “crise e ansiedade”. Mais da metade revelou sentir “muita tristeza” e “medo do futuro”, além de ter "vergonha da condição de endividado".

O servidor público Gerzivilson Azevêdo, 72 anos, tem uma dívida que não consegue quitar, mas acredita que o mais importante é manter a "cabeça no lugar" para preservar a saúde e quitar o débito assim que possível.

Gerzivilson não é exceção. O estudo da Serasa também ressaltou a importância do tema da educação financeira, que traz dados positivos sobre mudanças de hábitos dos endividados. A maioria deles começou a fazer controle de gastos, tem confiança em conseguir quitar o débito, e passou a conversar mais com os familiares para buscar soluções conjuntas.

O desemprego ainda é o principal motivo de endividamento, e foi apontado por 29% dos entrevistados. Em seguida, foi citada a redução da renda (12%), e o empréstimo para conhecidos ou familiares (11%).

Até o dia 5 de dezembro, a Serasa realiza o Feirão Limpa Nome, por meio dos canais digitais, do site serasalimpanome.com.br ou por aplicativo. O objetivo é evitar um novo recorde de inadimplência, que cresceu pelo nono mês consecutivo, em setembro, e soma mais de 68 milhões de brasileiros com o nome negativado.

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