A volta dos impostos sobre os combustíveis de forma parcial foi uma estratégia para possibilitar a redução dos juros pelo Banco Central no curto prazo. Essa é a avaliação da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Segundo ela, com a decisão, o governo mostra que fez o dever de casa.
"Se você reonera 100%, você tem um impacto imediato muito forte na inflação. Consequentemente, você dificulta a possibilidade de uma diminuição do teto de juros à pequeno prazo, que é o que nós queremos. O que estamos fazendo é um esforço concentrado para mostrar para o Banco Central, para a próxima reunião do Copom, de que o problema da inflação não é demanda".
O presidente do Conselho Federal de Economia, Paulo Dantas da Costa, não vê, a princípio, relação entre os preços dos combustíveis e a taxa de juros. Ele diz que a reoneração é importante para as contas públicas e que o Brasil sempre tributou bens e serviços.
"E nesse particular, no caso dos combustíveis, são bens que tem uma importância, tem uma dimensão econômica extraordinária. Neste particular, então, a tributação sobre este tipo de movimentação econômica é absolutamente natural".
Para o economista do Observatório Social do Petróleo, Eric Gil Dantas, uma mudança na política de preços da Petrobras, deixando-a mais equilibrada, poderia tornar os combustíveis mais baratos.
"Na minha avaliação, a política que pode mais impactar o preço da gasolina seria sim a mudança do PPI (Preço de Paridade Internacional) para algo mais intermediário, entre os custos reais de produção da Petrobras e os preços internacionais".
O Ministério da Fazenda anunciou nessa terça (1º) a reoneração da gasolina e do etanol. A gasolina subiria R$ 0,47 centavos e o etanol, R$ 0,02. No mesmo dia, a Petrobras reduziu em R$ 0,13 o valor da gasolina A - assim, o aumento final no combustível seria de R$ 0,34.