Sete centrais sindicais apresentaram, nessa segunda-feira (3), proposta para aumentar o poder de compra do salário mínimo. O pedido envolve a recomposição da política implementada pelo governo Bolsonaro, quando não teve reajuste acima da inflação.
A reunião é a primeira de um grupo de trabalho criado pelo governo federal para definir uma nova política de valorização do salário mínimo.
Para 2024, as centrais sindicais propõem que o mínimo seja reajustado pelo INPC acumulado em 2023, somado ao crescimento do PIB em 2022, de 2,9%, acrescido de mais 2,4%. Esse último valor equivaleria ao valor do crescimento médio do PIB dos últimos 30 anos.
Já em 2025 e 2026, seria aplicada a mesma fórmula.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que há um consenso com os sindicatos de que é preciso fortalecer o mínimo, mas o governo precisa encaixar a proposta no novo arcabouço fiscal.
Marinho indicou que uma nova reunião deve ocorrer em duas semanas, após o governo avaliar a proposta dos representantes dos trabalhadores.
E entre 2027 e 2053, após o governo Lula, as centrais sindicais sugerem que o salário mínimo seja estabelecido a partir da variação da inflação anual, somado a média de crescimento do PIB dos dois anos anteriores, mas estabelecendo um piso de reajuste de 2,4%. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, explica a proposta.
A fórmula garantiria repor em 28 anos o valor do salário mínimo equivalente ao de sua criação, em 1940.
Para atingir metade do salário mínimo calculado pelo Dieese, que hoje seria de R$ 3. 274, demoraria 38 anos com a proposta dos sindicatos.
As centrais sindicais defendem que a valorização do mínimo induz o crescimento do mercado consumidor interno, fortalecendo a economia e reduzindo a desigualdade.