Haddad defende abrir 'caixa-preta' das renúncias fiscais no país
Na comissão geral que debateu taxa de juros, inflação e crescimento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse o seguinte: desacelerar a economia por conta de juros causará problemas na arrecadação. E citou setores que estão sendo drasticamente afetados. E complementou: política fiscal, monetária e prudencial têm de trabalhar em harmonia.
Mesmo que para isso, segundo Haddad, tenha de se tomar medidas impopulares.
Haddad ainda voltou a dizer que é preciso abrir a 'caixa-preta' das renúncias fiscais. Isso como forma de aumentar a arrecadação. E destacou a herança deixada pelo governo anterior, em termos de renúncias de receitas e aumentos de despesas da ordem de R$ 300 bilhões. Medidas, segundo ele, para reverter o quadro desfavorável nas eleições e que não foram suficientes. E que, agora, é preciso então reequilibrar as contas públicas sem sacrificar os mais pobres.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também falou sobre isso. Disse que não há contradição entre inflação e crescimento e fez referência ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também estava presente pela segunda vez no Senado em uma semana.
Na terça-feira, ele já havia dito aos senadores que as decisões do BC são coletivas e técnicas. Nesta quinta (27), Simone Tebet rebateu.
Roberto Campos Neto falou em seguida e usou praticamente o mesmo discurso de terça. Falou em metas de inflação, que aliás a inflação é um imposto perverso, segundo ele, e que o Banco Central sempre suaviza os fluxos, tentando trazer o mínimo de custo possível para a sociedade.
Outras autoridades foram ouvidas, como representantes da Confederação Nacional dos Transportes, da Febraban e ex-ministros da Fazenda, além do ex-deputado Rodrigo Maia.