Após 18 anos, o Cade, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, aprovou com restrições a compra da Garoto pela Nestlé.
O aval do Cade foi condicionado à celebração de acordo que prevê medidas para preservar o mercado de chocolate no país.
A Nestlé, por exemplo, não poderá adquirir, durante cinco anos, ativos no país que representem mais de 5% do mercado de chocolate. A empresa ainda deve manter a produção da fábrica da Garoto em Vila Velha, no Espirito Santo, por pelo menos 7 anos.
A Nestlé anunciou a compra da Garoto em 2002, mas o Cade havia vetado a aquisição em 2004, porque resultaria na concentração de 58% do mercado de chocolates. O veto levou a Nestlé a judicializar a questão.
Uma decisão judicial de 2009 determinou que o Cade reabrisse o ato de concentração e realizasse um novo julgamento. Em 2021, o órgão iniciou o novo julgamento do caso.
A nova avaliação do Cade demonstrou que, entre 2001 e 2021, houve a entrada de concorrentes no mercado. No caso de chocolates prontos para o consumo, a participação da Nestlé e da Garoto, juntas, caiu de cerca de 60% para 40%. No segmento de cobertura de chocolates caiu de 90% para 30%, deixando de ser o líder do setor.
Para o Cade, a rivalidade no mercado nacional de chocolates foi reconfigurada nos últimos 20 anos, não fazendo mais sentido manter a reprovação do negócio.