O setor de bares e restaurantes registrou um aumento significativo no número de empresas no país operando em prejuízo, com o maior índice desde março de 2023. As dívidas acumuladas fizeram 31% das empresas do Brasil funcionarem no vermelho em fevereiro.
Os dados são de uma Pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Conforme o levantamento, três dos principais fatores responsáveis pelo desempenho negativo foram a queda das vendas no mês, redução do número de clientes e custo de alimentos e bebidas.
Mesmo com ligeira recuperação em fevereiro, houve dificuldade em ajustar os preços do cardápio para recuperar perdas da inflação dos alimentos, que registrou alta de 4,51% entre fevereiro de 2023 e fevereiro deste ano, como explica Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
“Inflação dos alimentos retornou um pouco mais forte e acabou que o resultado foi 31% das empresas no Brasil operando em prejuízo, e isso nos alerta que precisamos urgentemente ajudar esse setor. Já temos quatro em cada 10 empresas operando com dívidas em atraso, algo muito grave e que aponta para uma insolvência.”
O presidente da Abrasel revela a construção de um plano para resgate do setor, em função dos problemas crônicos que persistem desde a pandemia.
“Abrasel contratou a Fundação Getúlio Vargas para fazer um grande plano nacional de recuperação desse setor que possa mobilizar municípios, estados e União para promover um grande movimento nacional de recuperação desse setor. Estamos esperando que esse estudo fique pronto nos próximos meses para darmos andamento a esse conjunto de iniciativas que poderá resolver e amenizar essa situação.”
No estado do Rio de Janeiro, os números da pesquisa são superiores à média nacional de 31%, já que 46% das empresas registraram prejuízo em fevereiro.
A média do Rio também é superior à nacional no percentual de empresas inadimplentes. Enquanto no país são 39% em terras fluminenses, 46% das empresas estão devendo. Em ambos os casos, impostos federais lideram a lista de pagamentos atrasados, seguidos de impostos estaduais.
Ainda segundo a pesquisa da Abrasel, apesar dos desafios enfrentados pelos estabelecimentos, 25% dos empreendedores do país pretendem contratar mão-de-obra no primeiro semestre do ano.